sábado, 17 de dezembro de 2011

Feliz Natal

 
Imagem: Marine Conservation Science Institute
Facebox, 17.12.2011

Feliz Natal
com dinheiro, paz, saúde, fraternidade,
sucesso, amor
e beijo na boca.

Jean Menezezs de Aguiar

O tamanho, a abstração e o beijo

Bomba ou mil folhas?

“Devemos medir o que é possível medir e tornar mensurável tudo quanto é ainda impossível medir.” Este é o princípio científico primordial de Galileu, o gênio que abandonou a universidade. Muitos não gostam de medida, talvez porque o conceito induza a comparações. Mas medidas e comparações são adoráveis e valiosas, assim se aprende na ciência. Só que aqui os conceitos serão "aplicados" a coisas comuns e sensíveis, sentimentos, olhares e interesses, objetos totalmente abstratos, mas poeticamente possíveis de serem medidos, para não falar filosoficamente possíveis, claro. E ao beijo, claro. 

Entretanto, como se medir o abstrato? Primeiro que nunca será uma medição, mas sempre uma mensuração, como lembra Galileu. Essa ideia pode ser extremamente prazerosa se aplicada a um gosto ou a um interesse. Se se vê um doce, com um aspecto delicioso, uma bomba ou um mil folhas, num lindo balcão de uma maravilhosa pâtisserie que sempre foi o que se quis encontrar virando a esquina, o prazer da atração e da vontade pode ser mensurado, enquanto se namora, se deseja aquele doce, é a água na boca. Esta mensuração dará o "tamanho" do prazer que se terá ao se lambuzar naquele doce.

Mensurando o encaixe

De novo, pode-se voltar à ciência para se brincar com os conceitos. Isaac Asimov, na obra Antologia, vol. 2, discute a idéia de existência de infinitos quantitativamente diferentes entre si, quando compara retas, uma de 1 e outra de 2 centímetros. Parece que esta seria uma viagem na maionese de Asimov bastante concreta, quase poética, entretanto a ciência a leva a sério. Assim, espero não ser mandado para a fogueira só porque pretendo mensurar sentimentos. O tamanho do prazer ainda não experimentado; da sensação ainda não vivida, talvez possa ser mensurado. O amor que pode surgir da inesquecibilidade de um beijo que encaixou, deu certo, teve um sabor profundo e perfumado, e fez as bocas conversarem lenta e molhadamente entre si enquanto se conheciam e pareciam não querer parar de se lamber e se provar, e os espíritos se envolviam lentamente fazendo os corpos se tocar por inteiro e as mãos apertarem profundamente o outro, puxando-o e querendo, tudo saído de uma mera imagem, um sonho da visão de beleza da boca que se imagina pudesse dar esse beijar dos grandes amantes.

Não é possível que um beijo desses não possa ser mensurado, afinal para que serve a imaginação? E a mensuração primeira, aqui, já foi até feita, pela simples descrição detalhada do beijo. A descrição imaginária do encaixe, do sabor e do prazer do beijo pode ser mensurada.

O tamanho

Para a mensuração do abstrato será necessário a comparação com 2 fatores, um externo, com outros sentimentos equivalentes, e um interno, o que nasce ao longo da vida tão-só pelas escolhas feitas. O externo se compara o beijo que ainda não se deu com outros que já se deu, imaginando-se o beijo ainda não dado. O fator interno é o resultado, por exemplo, do tipo de mulher que um homem gosta e sabe que gosta, mesmo sem ter experimentado (no sentido científico do termo) uma certa e determinada mulher. Este fator interno é o que se gosta, se sabe que se gosta. Assim olha-se para uma mulher e imediatamente começa um sentido de deslumbramento por ela, tão somente porque ela é do tamanho que se sabe que se gosta. Nesta escala de valores, há quem goste de mulher pequena, "mignon", há quem prefira as grandiosas, há quem goste das magras, há quem goste da cheias e cavalares, no melhor dos sentidos. É gosto, nada mais que gosto. Há homens que vivem emagrecer mulheres, há os que as alimentam para torná-las cheinhas, muito bem cheinhas. Novamente não há que se estranhar, há gosto.

O pasmo

Contudo, a poesia que há está no fator interno, o que dá ao agente saber de antemão o que ele gosta, o que lhe enche os olhos. É por isso que surge o encantamento antes de qualquer ideia; o encantamento é apriorístico e inexplicável. Olha-se para uma mulher que supõe ser certa dentro da medida do fator interno e se perde o poder, o raciocínio, cai a boca, param os olhos, colapsa o coração, e surge a vontade, não uma vontade consumista, mas uma de ouvir a voz apenas, sentir o cheiro, pegar o dedo mindinho, olhar e reparar os movimentos e apenas ficar olhando - é o endeusamento Dela. Isso tudo e tudo isso apenas pela ideia da medida galileniana, a mensuração sobre o objeto.

O beijo na rua

É claro que com os sentimentos, prazeres o olhares muitas vezes a impressão primeira não dá certo, o beijo não é aquele, o toque não o de veludo e o sentir as mãos não dá a energia mágica do carinho que prenuncia a possibilidade do amor, um grandioso amor. Entretanto o inverso também pode acontecer. Pode-se chegar diante de uma Dona e após toda afetação emocional que a primeira impressão der, a continuidade não cessar. A voz encantar, o riso iluminar, a beleza aumentar com a conversa e tudo o mais se agravar. Essa dimensão potencializada da mensuração precisa ser previsível. De um simples olhar, uma conversa pode “piorar” sensivelmente as coisas, a ponto de fazer com que um homem e uma mulher que estejam andando na rua, em direção a um restaurante, como "amigos", sem nunca terem se tocado, pararem e se beijarem de morrer, e ser o beijo da vida deles, do destino deles. O erro de cálculo na mensuração de um beijo desses pode causar um "desastre" de amor entre duas pessoas, ou um divórcio em relação a outras, porque o amor, em não poucos casos, foi gerador de grandes e verdadeiros problemas, quando sua possibilidade não foi devidamente mensurada, ou quando ele mesmo, aquele amor não podia ser vivido plenamente. Vivam a medida, e o tamanho que a um primeiro olhar pode dar a sensação de um grande amor. O resto é mensuração para se viver plenamente a felicidade. Jean Menezes de Aguiar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A atração não é só humana





Artigo publicado no Jornal O DIA SP - 15.dez.2011

                Atração é poder, um poder que ela própria exerce sobre a pessoa. Não se vence a atração, ela pode mudar a vida de alguém. Pessoas as mais equilibradas e sensatas já se viram transtornadas, no melhor dos sentidos, pela atração a outra pessoa. Em alguns casos, dizem, não é uma situação lógica ou inteligente; os amigos não entendem, aquilo não faz muito sentido, mas a atração não cessa, parece que é figadal. Ela exige e obtém obediência. A quem ela toca parece perder o prumo e se vê dominado pelo sentimento de atração.

           Talvez uma descrição assim, negando o “racional” e privilegiando o emocional não agrade a calculistas ou a insensíveis. Mas John J. Ratey, professor de psiquiatria de Harvard, na obra de neurociência intitulada O cérebro, sentencia: “A paixão cura.” Quem luta contra o sentimento de atração deveria parar de lutar. E isso está também na biologia. O melhor da atração é impressão de loucura, ou o “apiançar” expressão nordestina que significa “desejar ardentemente”. Talvez seja por isso que Oscar Wilde tenha dito: “Resista a tudo – menos a tentações.”

                Há os que resistem às emoções, às atrações e às paixões. Os céticos gregos davam mais valor a quem mantivesse uma dúvida constante sobre as afeições, chamavam esse viver sem paixão de apátheia. Talvez fosse algo como o comportamento blasé da atualidade, a figura do saudoso jornalista Paulo Francis que aparentava não se assustar com nada, dando a impressão que nunca houvera se apaixado na vida. Mas há extremos aí, La Rochefoucauld, aparentemente bastante equivocado disparava: “Só se apaixona quem já ouviu falar do amor”, e Tolstoi, perplexo afirmava: “Não sei o que é o amor”. Será que não?

No caso do amor parece ser inegável que uma das maiores portas de entrada seja a atração. A ser verdade uma vida sem amor, só se pode atribuir tristeza a essa existência vazia, sem os encantos da corte, da atração, da conquista e da visão estabilizada de que se “possui” alguém como seu, que lhe quer bem, para cuidar e ser cuidado. Ainda que a “última moda” seja se repetir que ninguém é de ninguém e que uma modernidade solta prometa felicidade a pessoas não ligadas, mas flutuando no hoje e no agora, a boa e velha forma da atração “sonhada” num futuro estabilizado ainda faz muito sucesso.

                Interessante é a análise do filósofo Jean-Paul Sartre, na obra O ser e o nada. No capítulo intitulado As condutas da má-fé, Sartre apresenta uma interessantíssima fisiologia da cantada. Relata o caso de uma mulher que vai a um primeiro encontro. Sartre como o grande amante e apaixonado que foi é denso em tudo que escreve. Ele roteiriza o encontro, poemiza a atração e fundamenta: “A mulher não se dá conta do que deseja: é profundamente sensível ao desejo que inspira, mas o desejo nu e cru a humilharia e lhe causaria horror.” E sentencia no plano final: “Contudo, não haveria encanto algum em um respeito que fosse apenas respeito. Para satisfazê-la, é necessário um sentimento que se dirija por inteiro à sua pessoa ... dirija-se a seu corpo como objeto.”
               
A palavra “objeto” em Sartre não guarda qualquer semelhança com o conceito atual de mulher-objeto. Mas o que fica de sua análise é que um respeito que seja apenas respeito “não adianta”, não possui encanto. O recheio para que o respeito não seja bobo chama-se atração, a ponto de o filósofo concluir que a mulher, então, possui [uma adorável e belíssima] má-fé.

                Mas se engana quem ache que a atração seja uma sensação exclusiva dos humanos. É surpreendente saber pela biologia que não é. A atração existe no mundo animal, certamente anterior à existência nos humanos e vai explicar fenômenos que pareciam sedimentados para o conhecimento humano. Muito já se ouviu dizer que animais praticam sexo para procriação; que os animais não são “sem-vergonhas”; que entre eles não há atração, apenas instinto de perpetuação da espécie. O último livro do biólogo Frans de Waal, A era da empatia, onde este primatólogo estuda o comportamento dos grandes macacos, derruba inúmeras suposições sobre o sentimento da atração.

Primeiramente ele cita uma pesquisa sobre qual seria “a principal força propulsora do sexo”, crendo, originariamente, que seria o prazer; e mostra seu engano. As respostas sobre a principal força aí, deram conotações totalmente diversas como: “1) Eu queria agradar meu namorado; 2) Eu estava precisando de um aumento; 3) Não tínhamos nada para fazer e 4) Eu estava curioso para saber como ela seria na cama.” Que o ser humano use seu livre arbítrio para fazer bobagens é algo sabido na história da humanidade. Mas e os animais?

Os animais, relata surpreendentemente o biólogo, “desconhecem a ligação entre o sexo e a reprodução. Os animais fazem sexo porque sentem atração um pelo outro, ou porque aprenderam que o sexo tem efeitos prazerosos, mas não porque queiram se reproduzir.” Quanto mais se estuda biologia mais se aplica seus ensinamentos e conclusões a condutas humanas que pareciam ser “somente” humanas, mas que estão enraizadas na natureza animal. Isso pode explicar o subtítulo do livro de Waal: “Lições da natureza para uma sociedade mais gentil”.

A atração, que agora se vê que não é somente humana, é um poderoso canal de geração de felicidade, seja com o próprio parceiro seja com um desconhecido. Não deve ser descartada a atração sob alegação de que ela exige formas próprias, lógicas, combinadas, “corretas”, encaixadas de ser, às quais as pessoas têm que “casar”, têm que combinar. O que faz a “combinação” dar certo é a atração, a inteligência superior, no caso dos humanos, e o amor que virá daí. É possível manter a atração entre casais, mesmo junto durante muitos anos. Já caiu por terra a afirmação de que o casamento ou uma relação estável anulam a atração.

É claro que os humanos lidam e manejam com a atração diferentemente dos animais, com responsabilidade e equilíbrio. Mas saber que ela é comum aos animais retira um pouco de especialidade dos humanos, e exatamente isso é que pode ser um tônus de beleza maior. Jean Menezes de Aguiar.

Dos livros que eu amo.



"O Cristianismo pregava amor pela humanidade e queimou, matou e mutilou centenas de milhares de pessoas. A Revolução Francesa pregava a Razão e a Virtude e acabou em um oceano de sangue. Os Estados Unidos foram construídos sobre o direito à liberdade e a busca da felicidade para todos -e, no entanto, houve escravidão, repressão, intimidação," [E eugenia, na Suprema Corte, livro DNA, Watson]
A ciência em uma sociedade livre, Paul Feyerabend.

O Gene da inteligência situa-se no cromossoma x. Daí, as mulheres têm sua inteligência ligada à inteligência dos pais, enquanto que os homens têm sua inteligência ligada à inteligência só da mãe. Legal né?
Princípios de neurociência, Jorge Martins de Oliveira e Júlio Rocha do Amaral, p. 217. 

 “A mulher não se dá conta do que deseja: é profundamente sensível ao desejo que inspira, mas o desejo nu e cru a humilharia e lhe causaria horror. Contudo, não haveria encanto algum em um respeito que fosse apenas respeito. Para satisfazê-la, é necessário um sentimento que se dirija por inteiro à sua pessoa ... dirija-se a seu corpo como objeto.” O respeito bobo não interessa, só um invasivo e dirigido ao corpo da mulher.
O ser o e nada, Jean-Paul Sartre, filósofo, no capítulo intitulado As condutas da má-fé.

 Por que as pessoa fazem sexo? Pesquisa dos psicólogos americanos Cindy Meston e David Buss, algumas respostas: “a) Eu queria agradar meu namorado; b) Eu estava precisando de um aumento; c) Não tínhamos nada para fazer e d) Eu estava curioso para saber como ela seria na cama.”
A era da empatia, Frans de Wall, biólogo.

 Os animais desconhecem a ligação entre o sexo e a reprodução. Os animais fazem sexo porque sentem atração um pelo outro, ou porque aprenderam que o sexo tem efeitos prazerosos, mas não porque queiram se reproduzir.
A era da empatia, Frans de Wall, biólogo.

 Quem teorizou o que no Brasil. Darcy Ribeiro - povo, Florestan Fernandes - cultura, Celso Furtado - economia e Milton Santos - território.
O Brasil, Milton Santos e María Laura Silveira, geógrafos.

 Algo pode provir do nada/ A indução científica não existe / Há indeterminação na física / Há indeterminação na história.
A teoria dos quanta e o cisma na física, Karl Popper, filósofo.

 Todo resumo é um ato de barbárie.
A ideia de justiça, Amatya Sen, economista.

 Os filósofos, que se dão ares de superior sabedoria e suficiência, deparam com uma tarefa difícil quando encontram pessoas de temperamento questionador, que os retiram dos abrigos em que se recolhem, com a certeza de que por fim os levarão a algum dilema perigoso.
Investigação sobre o entendimento humano, Hume.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Reportagem da Veja - Jean Menezes de Aguiar

Revista Veja
Coluna do Augusto Nunes
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/
Feira Livre
13/12/2011 às 18:52

Júlia Rodrigues

"Depois de três rodadas de manifestações de rua nos feriados de 7 de setembro, 12 de outubro e 15 de novembro, dezenas de militantes dos grupos que integram o movimento contra a corrupção se reuniram num auditório na Avenida Paulista para fazer um balanço dos atos de protesto e definir os rumos que serão seguidos em 2012. Entre os presentes ao encontro promovido neste 9 de dezembro, Dia Mundial de Combate à Corrupção, o mais conhecido era o procurador aposentado Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT e ex-vice-prefeito de São Paulo.

Convidado para o discurso de abertura, Bicudo afirmou que o Ministério Público precisa agir mais efetivamente para impedir desvios de dinheiro público e garantir a consolidação do regime democrático. “Vivemos a era da corrupção”, observou antes de criticar, em tom de desabafo, a distribuição de verbas e cargos pelos donos do poder. “A sociedade está nauseada com essa bandalheira”, resumiu o advogado JEAN MENEZES DE AGUIAR, também professor da Fundação Getulio Vargas. Ao contrário do que ocorreu nas manifestações de rua, os oradores identificaram os alvos principais com mais nitidez.

A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, foi reiteradamente cobrada pelos casos de corrupção que já provocaram a queda de seis ministros no primeiro ano de governo. AGUIAR condenou enfaticamente a aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo federal usar 20% da verba do orçamento sem prévia aprovação Congresso. “Esse episódio mostra a extensão da promiscuidade estatal”, ironizou. “Nem em um prostíbulo se gasta 20% do dinheiro sem fiscalização”.

Na última parte do evento, Carla Zambelli, dirigente do grupo NASRUAS e organizadora da reunião, pediu que os participantes apresentassem propostas para os próximos meses. A lista de sugestões incluiu a extinção do Senado, a redução dos mandatos parlamentares e a introdução de uma nova disciplina ─ política ─ no currículo obrigatório do ensino médio. “E impossível fazer reforma política sem reformar a educação”, argumentou o cientista político Humberto Dantas, coordenador de cursos de pós-graduação na USP e autor da proposta aprovada por unanimidade.

Além de bandeiras já hasteadas do movimento, como a aprovação da Lei da Ficha Limpa e o fim do voto secreto no Congresso, ficou estabelecido que, em 2012, outras serão desfraldadas em 2012, como a investigação da evolução patrimonial de todos os gestores públicos pela Receita Federal. Também serão associadas ao combate à corrupção datas temáticas como o Dia da Mentira, o Carnaval e o Dia dos Namorados. Os resultados das inovações serão avaliados no próximo encontro, marcado para 17 de março."

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Meu comentário adicional:

A jornalista Júlia Robrigues foi precisa captando o espírito das propostas. Percebo uma verdadeira náusea da sociedade com a orgia da corrupção estatal, a ponto de nem mais quererem, as pessoas de bem, se envolver, tamanha a rotina e a promiscuidade que há no Estado brasileiro em todos os níveis e locais. Satanizar o Legislativo é um equívoco, não é só ele; dizer que "político" não presta - apenas político - é outro problema. Esta semana explodiu a indecência dos salários de desembargadores que pode ser vista neste mesmo Blog, muitos com 80 mil mensais, quando o teto constitucional não ultrapassa 30 (que já é um escândalo de salário!).O sistema jurídico brasileiro, este sim, que legaliza os assaltos o dinheiro público precisa ser urgentemente revisto. Desgraçadamente quem tem a obrigação de rever é o legislador que parece fazer troca-troca com o Judiciário nos favores e a situação acaba não mudando nunca. E a corrupção só aumenta, há uma inércia em movimento.

A extinção do Senado Federal que propus no I Congresso Nacional Contra a Corrupção, é bandeira de ninguém menos que Dalmo de Abreu Dallari, autoridade insuspeita para qualquer pronunciamento jurídico. O Senado se tornou um câncer para a nação. E por fim, outra proposta que pus na mesa é a necessidade urgente da investigação da evolução patrimonial dos gestores públicos - todos, simplesmente todos, de todos os níveis. Aí, nessa temática da evolução patrimonial, veem-se a ausência absoluta do Ministério Público - ausência acusada forte e criticamente por Hélio Bicudo no Congresso, e a da Secretaria da Receita Federal. Uma das formas de se pegar atos e sistemáticas corrupcionais será por meio da investigação de evolução patrimonial, que parece ser coisa "desconhecida" dos gestores de contas, de fiscalização e de polícia desse país. A impressão nítida que fica é que um não investiga o outro para não ser investigado. É o troca-troca, só que com dinheiro alheio, do povo. Jean Menezes de Aguiar.

O problema da música primária





"A força da música vagabunda é extraordinária."
Noël Coward




Partindo-se de um método de comparação ou contraposição, se a empresa aérea TAM em seus aviões anuncia aos passageiros: “Rádio TAM, aqui você ouve MPB da melhor qualidade”, é sinal que existe uma MPB da pior qualidade, ok? É óbvio que há o melhor e há o pior mesmo. Porém, antes de qualquer um hastear a bandeira de que isso “é gosto”, precisamos enfrentar essa “defesa”.

Com a sociedade do chatissimamente correto e a “proibição” de conceitos como “brega”, a música de péssima qualidade ganhou proteção quase que sagrada, no sentido de que passou a ser incorreto fazer crítica a um artista ou a um gênero de música. Daí a Odair José e Reginaldo Rossi virarem “cults” ou merecerem o carimbo do “in” foi um passo rápido. E como arrastam, sim, milhões de fãs, as portas da historicamente inatingível Rede Globo se abre para eles, precisamente pelos pontos na audiência que a Globo pós-qualidade e pós-Roberto Marinho vai se transformar.

Nessa nova esteira da música livre de qualidade aparecerão Ivete-Coxas-Sangalo, Banda Calyypso e sua antropologicamente interessante Joelma (ela deve ser muito interessante e legal numa conversa de bar), tão maravilhosamente imitada pelo comediante Chaolin, os sertanejos, caipiras, capiaus e roceiros chiques, escolares e universitários da música primária e simples, com seus acordes todos de 3 notas, harmonia totalmente intuitiva, refrães clichelizados e letras fáceis. Como muita gente acrítica confunde “qualidade musical” com “fama”, acha que uma praça de tourada, rodeio ou corrida de cavalo lotada em Barretos gritando para uma dupla cowboy nordestina ou do interiourrr de São Paulo cantando “eu ti amuuuu”, é qualidade musical. Não é e nunca foi.

Qualquer um pode, perfeitamente, “gostar” do simples, do simplório, do primário, do fácil, do comum, do clichelizado, do repetitivo, daquele que o músico profissional que nunca tocou a música e nem a conhece chega num palco e consegue acompanhar de ouvido pela primeira vez sem errar. Essa é a música fácil e primária. Qualquer um pode gostar desse gênero simples e intuitivo de música. Mas na história da música essa música nunca foi considerada de boa qualidade. Se uma parcela imensa de um povo gosta, não há qualquer problema. Gostar é um direito legítimo, ligado ao prazer. Só deve[ria], essa parcela de povo, saber que isso nunca foi considerada música de boa qualidade.

Aí o filósofo da arte me perguntará: mas se a música é para entretenimento e deleite, qual é o erro de se gostar da música “simples”? E teremos que repetir mil vezes: nenhum. Gosto não se discute. Pode-se lamentar, mas não se discute. O que “não pode” é se querer dizer que essa música simples, primária e que um compositor consegue fazer meia dúzia delas em 2 horas, seja música de boa qualidade. É verdade. Essas músicas de duplas sertanejas, por exemplo, um compositor profissional faz 10 por dia, e não adianta ficar magoado, essa é a verdade musical. Quem acha que é exagero, informe-se. São conhecidas histórias de compositores que entram em estúdio para gravar e por alguma razão o produtor veta uma ou outra música. O cara pede 1 hora, se tranca numa sala e volta com mais 2 ou 3 músicas prontas, letra e música. Qualquer músico profissional já ouviu essas histórias; aos montes.

Talvez a Globo agora, e só agora que está despencando em audiência, está quebra não quebra, por ter querido imitar as concorrentes no horror da desqualidade, esteja refletindo na sua opção. Ana-Maria-Papagaio-Pentelho-Braga está sendo suavemente substituída pela esposa do Bonner; Faustão-Chato-pra-caralho-Silva está perdendo audiência pra Gugu-papai-Silvio-Liberato e por aí vai. A Globo se mantinha olímpica com a qualidade musical e artística, mas aí percebeu que audiência é cega, não mede qualidade, só número. Qualquer sociólogo percebeu essa curva. E o Brasil pós-qualidade apertou o botão do foda-se para a música boa. Foi Roberto Marinho morrer para destruírem o que havia de bom na velha Globo, saiu Daniel, Boni etc.

Essa é apenas uma das explicações para essa invasão sertaneja e lésbica de baixa qualidade na MPB. E não adianta se eriçar com a palavra lésbica dizendo que seria “preconceito” meu, essa mesmice argumentacional dos provincianos. A impressão é que muita cantora só conseguiu ser cantora porque se deixou comer pela madrinha certa, já que de cantora é nada. Mas a MPB está cheia delas assim, as "chatolinas" (entendeu ou precisa desenhar?).

Crítico de jornal tem gosto, músico tem olho clínico, são coisas inconfundíveis. Crítico gosta ou desgosta, músico analisa a construção harmônica, as inversões dos acordes, os caminhos melódicos, as quiálteras, os ritmos compostos. É uma análise diferente de quem apenas gosta do produto final. Isso não dá ao músico uma avaliação "melhor", mas apenas diferente. Já se disse que músico não ouve a música, presta atenção no que o baixista está fazendo, no que o baterista está fazendo e por aí vai. É o ouvir instrumento por intrumento, como também o itinerário melódico e harmônico, se há simplicidade ou complexidade. Músico sempre respeitou mais a complexidade.

Começar de novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, por exemplo, que na minha edição do The new real book, de 1988, está na página 159, como The Island ainda apresenta dificuldades pra mim que toco a música há 20 anos e que encanta surpreendemente qualquer um, de Toots Thielemans (no melhor improviso que já vi, no CD em sua homenagem) a Quincy Jones, e já vi muito músico profissional de gabarito “jogar a toalha” para improvisar: pedir a grade de cifra para acompanhar porque a música é, sim, extremamente difícil de tocar em sua estruturação de quintas. Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça, é outra música assim. A segunda parte de Garota de Ipanema, outro caso complicado. Já vi na noite – quando havia casas noturnas com conjuntos grandes – músicos que tocavam Garota de Ipanema sempre em Fá (era o meu caso quando trabalhava na noite, em todos os anos que trabalhei assim). Quando aparecia alguém que pedia a música em outro tom, às vezes dava o maior problema. Os músicos de harmonia perguntavam logo: não pode ser no “tom comum”? Como se houvesse um tom comum, querendo dizer tom original. Além de essas músicas serem mundialmente respeitadas pela beleza, são por qualquer músico, japonês, francês, americano, brasileiro etc.

Isso tudo para dizer que há, sim, músicas superiores e músicas inferiores - nivelar tudo é canalhice. E essa organização mental precisa ser feita, ainda que possa não servir para muita coisa, porque gosto não se discute.

Certamente é por isso que Caetano Veloso respondeu como respondeu ao entrevistador da revista Época, 12.12.2011, ao ser indagado que João Gilberto seria "esquisito": "Esquisito quem, cara pálida? As gerações que cultuam vagabundos que fazem questão de ostentar limitações musicais vão achar alguém esquisito? João Gilberto é o mais cool dos colls".

Limitações musicais. Só preciso desssa passagem de Caetano para dormir feliz e saber que há os com e os sem limitações musicais. Essa praga social do politicamente correto que não se pode mais dizer que uma música ou um cantor são uns merdas, está insuportável.

Por isso, vivam os deuses Lulu, Tim, Fagner, Gal, Betânia, Gil, Ivan, Djavan, João Gilberto, João Bosco, Elis, Vitor Martins, Chico, Aldir, Beto Guedes, Cláudio Zoli, Nana, Edu, Emílio, Roberto e Erasmo, Fátima Guedes, Francis, Guilherme Arantes, Donato, Milton, Ney, Raul, Taiguara, Rita, Roupa, Rosa Passos, Tania Maria, Eliane Elias, Vinícius e Zé Ramalho. Esses caras constroem poesias, não imitam os outros; não fazem força para ser, são como são. E mesmo assim não vemos eles nos programas de domingo na TV. A coisa está na direção do “para o mundo que eu quero descer”. Abraços e beijos pra esses deuses e seus músicos que tocam muito porque com esses aí precisa saber tocar de verdade, não há enganação. Jean Menezes de Aguiar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Por que Amartya Sen esnobou Feyerabend? Uma analise a uísque.

Amartya Sen (AS), prêmio Nobel de Economia, trabalha em seu novo livro A ideia da justiça, com uma bastante nítida afetação ou mesmo desconstrução da razão. Logo que vi esse aprofundamento com a demonstração da crítica ao Iluminismo e outros, procurei Paul Feyerabend (PF) no livro e, para meu espanto, não achei. Daí me vieram suposições de por que AS não utilizou PF. Será que o aprofundamento temático da crítica da razão, enquando banda epistemológica para a construção de uma idea teórica de justiça requereria, obrigatoriamente, o "uso" de PF? Tendo AS formação [originária que seja] econômica, e PF tendo se apoiado, contrariamente, na teoria física, leis gerais etc. para sua crítica, seria bastante "palatável" para AS o uso de PF. Então o que há ou houve para o não uso? É claro que desconhecimento não é o caso, AS não quis usar PF, aí o problema.

Este não uso por parte de AS é altamente intrigante. Algumas hipóteses são possíveis. 1) O certo hermetismo anárquico da filosofia da ciência em PF com sua negada epistemologia (a todo custo!), porém ao mesmo tempo altamente psicanlítica, pode ter sido considerada insuportável ou "chata para caralho" para AS. Ele teria dito - não uso PF e posso não usar. É possível essa hipótese. 2) O viés anárquico e aventureiro de PF com a filosofia da ciência em querer desmilinguir a razão poderia "afetar" a credibilidade da obra de AS, um autor "sério". Ele teria dito - não quero anarquizar o meu livro, também possível. 3) AS quis ousar ao não usar PF e seus manejos desconstitutivos da razão, ou seja, teria optado por outras bandas epistêmicas, menos comparatísticas e mais fechadas, não querendo abrir discussões que permeariam outras áreas como a física e a matemática, até porque a crítica da razão em seu livro é um capítulo. Possível. 4) O conteúdo intrinsecamente filosófico de PF não cabia na análise de AS, o que se superafeta com a hipótese 3.

O fato é que não gostei muito de AS não ter usado, de qualquer forma que fosse, PF. É como se ele tivesse, sim, desconsiderado toda a hipótese desconstitutiva da razão desconstituível em PF, e esta talvez não seja solapável tão facilmente, mesmo fora da filosofia da ciência, ainda que o livro de AS seja sensivelmente mais "popular" que o de PF. Teria AS "aderido" aos racionalistas ou metodólogos - ainda que impuros e maduros, porque sabem que o império da razão já se foi, efetivamente - para não trabalhar com PF? Não sei se teria havido essa aderência "ideológica". AS não parece nada um formalista a este ponto. Suas ideias sobre a economia do bem-estar social que lhe rendeu o Nobel são bastantes abertas e dúcteis.

O fato é que em cem pontos, AS pôs um ponto concreto negativo para que eu, particularmente, visse a obra de PF com menor importância. Das 3 obras clássicas de PF, a do método, a da ciência e a da razão, provavelmente a da razão seja a mais anárquica ou solta. Em alguns momentos PF é irritante e xingável com uma ode irresponsável ao relativismo absoluto [e infinito], entronizando o menor e a exceção em detrimento do maior e da regra. Tudo bem que os acessórios possam não ser descartados, e não se há aqui em ode à classicalidade das teorias assentes, achando que elas não são revisíveis. Mas PF exagera e todos sabem. Porém, sua contribuição é inegável, "ainda que" (não posso usar essa expressão levianamente) cientistas puros descartem suas conclusões. Para filósofos, principalmente para a corrente francesa - e não só esta -atacada por Sokal e Bricmont (Imposturas intelectuais), a obra de PF é um alento e um gozo orgásmico, falo aqui de Contra o método. Inegavelmente PF esticou a corda, fez a chapa ferver e abriu uma grande discussão com "sua" desepisteme histórica. Apenas desse ponto buscadamente desepistemologizado é que não compreendo como AS não usou em sua obra PF, não para "legitimar" sua própria crítica, AS não o precisaria, mas o não uso é emblemático. Foi um "eu não quero usar PF". Adoraria que alguém fizesse outra leitura disso para eu próprio aprender coisas sobre essas relações que me parecem assim. Não adiro a pensamentos ciumentos de que AS não quis dar crédito a PF, isso seria uma mediocridade incompossível no caso concreto, como também outros de vaidade acadêmica. Descarto essas "lógicas" menores. Mas que se me é intrigante AS não ter usado PF isso não posso negar. Jean Menezes de Aguiar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lula, Gianecchini e as doenças "felizes"

Pessoas famosas e políticas quando descobrem que têm doenças sérias como câncer, aids, meningite e outras às vezes desandam a sorrir e dizer na imprensa que "agora" estão melhores do que antes.    Mas que maluquice é essa?   Que exagero de "confiança" é esse?   Será que a doença nos famosos é "diferente"  da doença no povo, ou isso é tudo mentira, travestida de uma esperança óbvia que todo doente deve ter?   Será que essa "esperança" e mesmo a "confiança" chegam a ponto de "felicitar" esses doentes?  A culpa não é deles, e não é mesmo!


Tancredo Neves, no dia de sua morte apareceu sentado, entubado com um tubo escondido e sorrindo às escâncaras, todos dizendo que estavam confiantes em sua recuperação. Ou seja, o povo é imbecil e aquele complô "deve" enganar a sociedade? Deve? O patrulhamento da imprensa  [comercial] à felicidade não está forçando essas pessoas (que se "obrigam" a serem públicas) a mentir? Será que Lula e Gianechini na intimidade de seus lares, com suas famílias, estão tão "felizes" assim? A mídia precisa ter mais respeito pela doença e não querer faturar a qualquer preço com manchetes, forçando os sujeitos a "só" sorrir. Será que todo o faturamento da Caras e da Veja com a primeira foto do Lula e do Gianechini carecas vão para eles, ou ficam com os felizes donos das revistas? Não precisa ser jornalista para perceber a manobra, acho isso uma indecência da nossa imprensa.


Tudo bem que o câncer passou, efetivamente a ter uma nova visão. Principalmente quem lê o livro Anticâncer, do vitorioso médico David-Servan Schreiber, que "venceu" um câncer no cérebro por 20 anos (eu li o livro e acho-o espetacular; sigo suas receitas mais que nunca, todos temos que nos cuidar, o câncer parece que virou moda). Quando ele morreu em julho/2011, escrevi um artigo e fiquei muito triste; já havia escrito um artigo no jornal antes, sobre a dieta dele. O dr. David mostrou muita coisa vitoriosa sobre o câncer e seu livro é um espetáculo. Mas o câncer continua sendo câncer, ou seja, uma coisa gravíssima que em muitos casos continua matando. Não se há "cobrar" que o doente se enterre vivo, entre em depressão; sabe-se que o moral elevado é muito importante, mas a impressão que há é que políticos e famosos vivem rindo, felizes, alegres, contentes, e não sofrem nada. Passar essa imagem para a população conduz um naco nítido de mentira que os doentes "não precisam" ter, apenas isso. Será que esse comportamento "festeiro" tão "cobrado" por apresentadoras de TV não deveria ser revisto? Torçamos para que a paz esteja com os doentes e que recebam toda nossa força e energia, como também que as curas venham logo. E que eles não se preocupem em "fingir" uma confiança política ou pública, se não quiserem. Toda saúde do mundo para os doentes, públicos ou anônimos. Jean Menezes de Aguiar.

Ainda querem ser chamados de "excelências".

Tribunais ignoram teto e centenas de magistrados ganham mais de R$ 40 mil

Levantamento do ‘Estado’ em folhas de pagamento dos TJs revela que norma constitucional de limitar salários ao rendimento de um ministro do Supremo (R$ 26,7 mil) é amplamente descumprida

10 de dezembro de 2011 | 23h 20Felipe Recondo, de o Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Donos dos maiores salários do serviço público, magistrados espalhados por tribunais Brasil afora aumentam os vencimentos com benefícios que, muitas vezes, elevam os rendimentos brutos a mais de R$ 50 mil mensais. Levantamento feito pelo Estado nas últimas semanas adianta o que uma força-tarefa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) busca identificar nas folhas de pagamentos de alguns Estados do País.
A radiografia da folha dos tribunais revela centenas de casos de desembargadores que receberam nos últimos meses mais que os R$ 26,7 mil estabelecidos como teto - o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Em setembro deste ano, por exemplo, 120 desembargadores receberam mais do que R$ 40 mil e 23 mais de R$ 50 mil. Um deles ganhou R$ 642.962,66; outro recebeu R$ 81.796,65.
Há ainda dezenas de contracheques superiores a R$ 80 mil e casos em que os valores superam R$ 100 mil. Em maio de 2010, a remuneração bruta de 112 desembargadores superou os R$ 100 mil. Nove receberam mais de R$ 150 mil.
Auxílios, abonos, venda de parte dos 60 dias de férias e outros penduricalhos, muitos isentos da cobrança de imposto de renda, fazem com que alguns tribunais paguem constantemente mais do que o teto de R$ 26,7 mil.
No Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, os pagamentos mensais superiores a R$ 50 mil são comuns (leia nesta página). Em determinados meses, os rendimentos de dezenas de desembargadores superam R$ 100 mil. Os casos de pagamentos elevados são mais comuns no Rio.
No Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o pagamento de vantagens, inclusive auxílio-moradia, eleva o pagamento de desembargadores mês a mês a R$ 41.401,95. No Espírito Santo, lei aprovada pela Assembleia Legislativa garantiu aos desembargadores um pagamento de atrasados que aumentam os rendimentos para mais de R$ 30 mil.