domingo, 11 de dezembro de 2011

Lula, Gianecchini e as doenças "felizes"

Pessoas famosas e políticas quando descobrem que têm doenças sérias como câncer, aids, meningite e outras às vezes desandam a sorrir e dizer na imprensa que "agora" estão melhores do que antes.    Mas que maluquice é essa?   Que exagero de "confiança" é esse?   Será que a doença nos famosos é "diferente"  da doença no povo, ou isso é tudo mentira, travestida de uma esperança óbvia que todo doente deve ter?   Será que essa "esperança" e mesmo a "confiança" chegam a ponto de "felicitar" esses doentes?  A culpa não é deles, e não é mesmo!


Tancredo Neves, no dia de sua morte apareceu sentado, entubado com um tubo escondido e sorrindo às escâncaras, todos dizendo que estavam confiantes em sua recuperação. Ou seja, o povo é imbecil e aquele complô "deve" enganar a sociedade? Deve? O patrulhamento da imprensa  [comercial] à felicidade não está forçando essas pessoas (que se "obrigam" a serem públicas) a mentir? Será que Lula e Gianechini na intimidade de seus lares, com suas famílias, estão tão "felizes" assim? A mídia precisa ter mais respeito pela doença e não querer faturar a qualquer preço com manchetes, forçando os sujeitos a "só" sorrir. Será que todo o faturamento da Caras e da Veja com a primeira foto do Lula e do Gianechini carecas vão para eles, ou ficam com os felizes donos das revistas? Não precisa ser jornalista para perceber a manobra, acho isso uma indecência da nossa imprensa.


Tudo bem que o câncer passou, efetivamente a ter uma nova visão. Principalmente quem lê o livro Anticâncer, do vitorioso médico David-Servan Schreiber, que "venceu" um câncer no cérebro por 20 anos (eu li o livro e acho-o espetacular; sigo suas receitas mais que nunca, todos temos que nos cuidar, o câncer parece que virou moda). Quando ele morreu em julho/2011, escrevi um artigo e fiquei muito triste; já havia escrito um artigo no jornal antes, sobre a dieta dele. O dr. David mostrou muita coisa vitoriosa sobre o câncer e seu livro é um espetáculo. Mas o câncer continua sendo câncer, ou seja, uma coisa gravíssima que em muitos casos continua matando. Não se há "cobrar" que o doente se enterre vivo, entre em depressão; sabe-se que o moral elevado é muito importante, mas a impressão que há é que políticos e famosos vivem rindo, felizes, alegres, contentes, e não sofrem nada. Passar essa imagem para a população conduz um naco nítido de mentira que os doentes "não precisam" ter, apenas isso. Será que esse comportamento "festeiro" tão "cobrado" por apresentadoras de TV não deveria ser revisto? Torçamos para que a paz esteja com os doentes e que recebam toda nossa força e energia, como também que as curas venham logo. E que eles não se preocupem em "fingir" uma confiança política ou pública, se não quiserem. Toda saúde do mundo para os doentes, públicos ou anônimos. Jean Menezes de Aguiar.

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