Não precisaríamos aproveitar o
final de ano para fazer uma “reflexão”. É isso que mais fazemos aqui na Coluna
por todo o ano, em temas variados. Se conseguimos alcançar os objetivos, já é
outra história. Todavia, final de ano convida a não apenas uma, mas a diversas
reflexões.
Coisas inusitadas ocorreram
neste ano. Sempre ocorrem, claro. Três figuras mundiais se foram, Whitney
Houston, Steve Jobb e Oscar Niemeyer. A cantora que inventou um estilo deixa
uma lista grande de imitadoras, mas só ela foi Whitney, só ela atuou em O
Guarda costas. Jobb melhorou o mundo nos interligando de uma maneira
melhor. Já Niemeyer será o único brasileiro lembrado daqui a 5 mil anos,
estima-se.
A corrupção estatal ao estilo
brasileiro, sempre muito cuidadosamente impune e oficial, parece ter levado um
susto, pelo menos isso. Ainda não se sabe bem. Chama-se Mensalão. Com ele o
Supremo Tribunal Federal virou conversa de botequim e entrou na roda. Se há
estudante no 2º grau querendo ser juiz; nos cursos de direito há os que querem
ser ministros do Supremo. Joaquim Barbosa foi apelidado de “o meu Batman” e
virou heroi de Facebook. Analistas discutem se ele concorrerá a presidente da
República. Tudo é possível.
Na São Paulo do crime, dá-se nada mais que uma “guerra
de inteligência”. O governo paulista versus o Pcc, a facção que as
“autoridades” fingem não existir e já começa a se globalizar. Só pelos PMs
assassinados em um ano, mais de 100, e os celulares em presídios que o governo
não sabe o que fazer, fica claro que faltam competências aos gestores públicos.
Em diversas áreas. A Gloriosa (PM) está nitidamente sendo usada para “enxugar
gelo” nas ruas. Nada é mudado ou resolvido. A criminalidade só se agrava. Pcc 4
x 0 Governo. Um vexame.
Na ciência, a descoberta do
Bóson de Higgs aumentou ainda mais as explicações não fantasiosas sobre a vida
e a natureza, sepultando cada vez mais o obscurantismo. No quesito criatividade
brasileira, a mocinha leiloou a virgindade por 1,5 milhão de reais.
Transgressores dirão: “genial!”. A este recorde de valor será o único no mundo.
Merece Guinness. Nos EUA, Obama foi reeleito, para desespero dos ricos e
alguma paz dos pobres. Bem como dos inteligentes.
Dilma, que os fofoqueiros
achavam que seria “pau mandado” de Lula, fecha o ano batendo recorde de
aceitação e não envolvida em escândalo. Num país deles, merece um Nobel. Com a
onda da transparência vazou a informação de salários de “autoridades”, muitas
ultrapassando a obscena cifra dos 50 mil reais. Mas nada foi feito e nada será.
Só marola mesmo.
As Cpis continuam como sempre
foram, meras futricas das oposições, raramente dando em alguma coisa. Ricardo
“Cbf” Teixeira, com medo de prisão, largou o osso. Assumiu o que foi flagrado
“guardando” uma medalhinha alheia no bolso. Mas ele jurou que não é ladrão. É o
que basta. Tiririca continua sendo um bom deputado, para desespero dos
conservadores que acham um absurdo alguém humilde e trabalhador representar o
povo. Ser trabalhador no ambiente de “autoridades” já é o mérito. As obras da
Copa conseguiram o agora enxuto Ronaldo-garoto-propaganda prometendo até disco
voador. Tudo é possível.
O setor aéreo demitiu 3 mil, num
sucateamento ao qual a Anac não está nem aí. Aeroportos continuam
“brasileiros”. O Santos Dumont, por exemplo, na capital turística mais
importante do continente, o Rio, não tem ar-condicionado e a Infraero nem aí.
Mas as “autoridades” juram que vão apurar rigorosamente. É o que basta.
Motoboys continuam violando
todas as normas de trânsito em São Paulo, mas o prefeito só quer saber do seu
partido. Diz que não é de direita, nem de centro, nem de esquerda. Deve ser
“acaju”, um tema que ele conhece bem. Fluminense e Corinthians “arrebentaram”.
Bem, corintianos só conseguiram arrebentar o aeroporto. Em Tóquio a polícia os
conteve. Mas as vitórias foram ótimas. Já o Palmeiras de hoje parece ser o
Flamengo de amanhã.
Stevie “Deus” Wonder veio ao
Brasil. Cantou no Rio. Fui lá. Um show inacreditavelmente morno. Essa mania
consumista de querer que a plateia cante junto – “interativa” – num país como o
Brasil é uma tragédia. Só cantam junto com Ivete “Coxas” Sangalo e similares,
que fazem uma massa biologicamente orgânica pular e não pensar. É isso que
gostam e fim. Qualidade wonderista saiu de moda no Brasil. É o que basta.
Além disso tudo, sobra o amor.
Ele merece tanto mais atenção quanto pior estiverem as coisas. Sim, o amor ao
outro, aos amigos, aos filhos, mesmo aqueles que não se dão conosco, aos
primos, tios, vizinhos, clientes, estranhos e antipáticos. Mas amor principalmente
aos inimigos. Quando cultivamos amor e gentileza antes de o outro se beneficiar
por receber, nós é que melhoramos, por dar.
Como
todo final de ano, registro aqui carinho por pessoas importantes, mas a relação
é apenas exemplificativa. Roberta, Laerte & Célia, Fabs & João, as
bichinhas & o bruto; a centenária Abet; Paulo Cruz & Luciana; Helena,
Jandira e David; VicGeoBar, Leo, Celeste & Claudia; Claudinho, Marcelo &
Lígia; Rita, minha portuguesa; Alice (AlArMor) & Marcia; Alinne minha antropóloga;
Márlia; Roberto & Renata; Érica & Mônica; Ivanê, Fernanda & Ian Ni;
Georgina Simões; Viviane & João; James & Jorge; Jassa, Ivanaldo & Nina; Lyse Lobato; a bela Karen
& o poderoso O DIA SP; Dilmar & o valente O ANÁPOLIS; Pri Pigosso; Cris
& Belas; Othon e Rocha, guitarra; Fernando, baixo; Dayse e Gema cantoras;
Claiton, piano; Sergio Manoel; SBPC, ABNT, OMB, OAB, Rotary Pinheiros; Rita
& João; os amigos inseparáveis do Facebox & leitores do Blog; Cinthia
Roldi, Monica Cristina, Lu Jayme, Diana Nacur, Ana Amélia Silva, Angela
Santana, Rosana Miranda, Ernerto F. Silva, Maria das Dores Alexandre, Rodrigo
Tardin, Paulo M.A. Reis, Ávila Póvoa, Henrique Braga Jr., Claus Glassenap;
Kátia Haddad; José Eduardo Côgo; Otto Loth, Eliete Ceron, rapaziada da Castelo
Branco, Colatina e da Fades, Dianópolis, além da nossa FGV. Ótimo 2013! Jean Menezes de
Aguiar