sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O que é importante para você?





Nesta época de Natal o que é realmente importante para você? Ter um carro novo ou livrar-se de um problema? Passar uma noite com uma paniquete, ou se apaixonar por uma mulher que talvez nem fosse a mulher ideal, por qualquer razão, mas que, esta sim, lhe descompassa o coração? Conseguir fechar o ano com o saldo positivo na empresa ou saber que contribuiu efetivamente para a educação não mentirosa e ética do filho? Ganhar um presente caro do namorado ou ser reconhecida por pessoas quaisquer como um sujeito de valor?

Inúmeras indagações, propositadamente desconexas, podem ser parelhadas, exatamente para se perceber o confronto possível de valores e o desconforto que elas causam. Mas uma das coisas mais importantes será a densidade com que se encaram os questionamentos. Há questionamentos que tenderão para uma visão soft. Há outros que buscarão comprometimentos e aprofundamentos do agente.

Numa época de Natal veem, às vezes, questionamentos mais pesados, ligados a carências plurais de parcelas socialmente menos favorecidas, mas isso não deve se dar apenas no Natal. Uma das causas desse hibridismo social é a falta de amor. A impressão é que o amor parou de ser manejado. Pessoas “reclamam” quando começam a manejar o amor. Roland Barthes já disse que nessa época atual, sexo virou sinal de saúde e amor virou sinal de problema. Não pode ser assim. Esse “sexo saúde” não pode interessar à felicidade, à densidade de uma vida querida, amiga e suave. Nada contra o sexo, mas o amor jamais pode ser destronado.

Quando se antagoniza o filho à conta bancária da empresa, está em pauta o absurdo. Mas o absurdo parece que passou a fazer parte da vida de muita gente. O que é importante para você. Essa pergunta pode ser “percebida” de várias formas. Sempre as formas autocruéis e não perdoativas de si próprio fazem se descer ao fundo do poço, mas parece que somente essa forma verdadeira de questionamento contribui para um crescimento verdadeiro.

Quem não souber o que é importante para si, mas não souber mesmo, honestamente, terá chegado a um lugar seguro, o lugar da dúvida, que é muito melhor do que o lugar do caminho errado. No caso da dúvida, é parar de caminhar, encostar numa árvore e observar o tempo passar. Se não tiver uma árvore, serve um barranco. Mas o parar é fundamental. Só depois os passos virão mais certeiros, mais corretos e mais seguros. E aí, talvez se poderá responder o que é o mais importante para você. Jean Menezes de Aguiar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário