Não se assuste, louva-deus
Há na sociedade uma parcela politicamente dândi, que se apraz em se deixar enganar. Talvez um direito dela, se o estrago político se contivesse aí, mas não é tão simples. Foi assim com Cóllor-caçador-de-marajá-Globo-de-Melo e talvez seja assim com Joaquim-Huck-Globo-Barbosa. Há semelhanças? Claro.
Vender honradez autoritária, seriedade conservadora e honestidade formalista nunca foi tarefa das mais difíceis para uma sociedade que se inebria com o luxo apenas no discurso; o chique imitado em bijuteria; e o respeito como travesti de formalismo, mas sobretudo se vê bem reacionária em gostos, proibições e patrulhamentos.
Dizer que "a sociedade não aprende" é pouco. Ela é soberana. Joaquim Barbosa virou "pop", além de confessadamente envaidecido com sua sabida intenção de voto da sociedade para presidente da República. Com sua portátil e enigmática síndrome de perseguição por "taras antropológicas", invariavelmente refogada pelo alho do autoritarismo, nítido para qualquer criança politizada, pode ser o requentamento de um Cóllor século 21 despiorado, no discurso austero e invariavelmente reativo.
A meninada, que não viveu esse Cóllor (em sua época áurea, não o desenxabido senador) e suas eleitoras sofridas de tesão na bacurinha quando ele fechava o punho (hoje ninguém mais votou nele, né mesmo? - o punho seria psicanaliticamente o pênis? provavelmente...), deve estudar um pouco dessa história-tragédia-vergonha que foi esse Brasil antigo da "semana passada".
Joaquim Barbosa parece estar inebriado com o sonho da candidatura. O Supremo ganha com sua saída? O Brasil perde com sua eleição? Que pena que Barbosa tenha sido mordido pela mosca azul.
Louva-deus, não fique espantada, salve-nos, em suas asinhas do sonho. JMA.
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