domingo, 19 de fevereiro de 2012

História de professor - LF e o pentelho


Estávamos voltando de Belo Horizonte, no aeroporto de Confins, sala vip da Tam-Itau, em 2.4.2011, um sábado-dever-cumprido, por volta das 20 horas, comendo e bebendo animadamente 8 professores da FGV quando o velho LF, um querido professor conhecido por essas iniciais relatou com sua verve, baixinho, esticando o suspensório enquanto falava, e parecendo um menino travesso o seguinte caso. Há muitos e muitos anos, numa época que ele estava com poucas aulas, numa fase meio difícil, chegou em Curitiba e logo que encontrou os outros professores um sujeito meio chato que queria entrar para o time da FGV indagou-o se de forma meio inquisitiva se ele contava com muitas aulas na agenda e com quais coordenadores estava trabalhando. O tom inquisitivo o incomodou e ele ficou puto pela forma com o que sujeito lhe questionou, disfarçou e saiu pensando que era uma indelicadeza a forma de falar. Tempos depois ele encontra o mesmo sujeito e nova indagação idêntica veio, quando LF não titubeou e respondeu, inventivamente: estou chegando de Montevideu, fiquei por 3 meses lá num curso, um espetáculo. O sujeito arregalou os olhos e perguntou: - da FGV? E LF: - sim, um curso especial. O sujeito não se controlou e mandou: - quanto está pagando este curso? E LF respondeu: - paga como o Banco Mundial, 500 dólares. O cara surpreso e interessadíssimo: - a hora? LF prontamente afirmou que sim e que havia ganhado uns 200 mil dólares no curso inteiro. O sujeito não sabia como disfarçar seu interesse. E LF completou: - fora 90 diárias a peso de ouro e o hotel 5 estrelas. O sujeito então finalizou: quem é o coordenador? E LF na hora: - Spinelli e Robertson, este segundo um nome internacional para justificar a internacionalidade do curso que nunca existiu no catálogo de coordenadores da FGV. - Vá a eles, disse um LF vingado, - vc conseguirá uma disciplina. O sujeito saiu com expressão de felicidade e esperança. Deve estar procurando o tal curso até hoje. A risadaria foi geral e barulhenta, bem ao estilo dos professores da FGV. Até a atriz Débora Seco que estava na sala se virou para ver o que estava acontecendo. Esses momentos que o destino me permitiu conviver no dia a dia com esses intelectuais e cientistas, tão reconhecidamente inteligentes e deliciosamente transgressores, com tantos casos hilários e impagáveis, representam um naco de felicidade que a vida me dá, à qual só tenho a agradecer e aprender com cada um deles, ainda sob a alegria de inúmeras gargalhadas. Vida longa ao maravilhoso FL com seus suspensórios coloridos.

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