Jean Menezes de Aguiar
A questão da violência por parte de vândalos integrantes da sociedade é um outro capítulo. Não há duas sociedades, uma de ordeiros e uma de agressivos. Todos pertencem à mesma sociedade. Daqui a pouco começará uma desconfiança sobre o futuro das manifestações. Se ela ultrapassar o ápice e começar a cair pode representar um desastre histórico gravíssimo para o país no sentido de a sociedade não acreditar mais na sociedade, em termos de manifestações, reivindicações e protestos. Apenas uma pauta deveria existir, não de matéria, mas de tempo. Vamos protestar durante todo o ano de 2013, ou até o final do mês. Isso pode representar estoque de munição social. Políticos e “autoridades” estão esperando a poeira baixar. Ela não pode baixar. Contra este cinismo da omissão das “autoridades” regado a uísque 18 anos nos “palácios” virão reações mais violentas e talvez em maior número.
Os protestos atuais não são as velhas “correntes” de dinheiro que inflamaram e depois se percebeu que tudo era um logro. Não há logro no conteúdo das reivindicações, há justiça aos nacos traduzida pela revolta popular, pelo repúdio e asco a políticos, “autoridades” e partidos políticos. Partidos começam a querer se infiltrar a força nos movimentos. Será um estupro. Este espaço não lhes pertence. Todos os partidos aí são espúrios e mal-vindos. Políticos são safados (quem contesta?), e suas “juventudes partidárias” ideologicamente lobotomizadas – os tais meninos e meninas com bandeiras do Pt, Psdb, Pstu, Psol, Dem, Psc e outras coisas péssimas iguais – que não representam mais nada a não ser os próprios interesses financeiros, também são, quando não são extremamente violentas.
Se “revolta” era coisa de baderneiros, o conceito se renova com 99% da população em estado pacífico. Mas ainda é pouco. Ideólogos dos movimentos precisam conversar e dar um mínimo rumo a esta força popular. Todos dependemos dela para um país melhor. Parabéns a todos. Se perdermos esta chance, pode não haver outra. O cansaço pode tomar conta por uma geração, como se deu no pós-Collor, aquela única vergonha nacional a sofrer impedimento. Não podemos deixar isso parar. Ou morrer.
Brasil ame-o e mude-o.
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