quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Medalha de prata olímpica é lixo?



É incrível a chamada grande imprensa brasileira e sua orquestração para derrubar o técnico da seleção de futebol Mano Menezes. A seleção bateu todas as outras, ficou em segundo lugar, ganhou a medalha de prata olímpica, mas isso não vale nada, é lixo, só a medalha de ouro é que vale. Que consumismo, que necessidade de criar caos, escândalo e insegurança numa estrutura que deveria receber festa e homenagens. Que falta de humildade e que arrogância ligada à invencibilidade.

Essa crise e esse sofrer por um segundo lugar são visões mimadas de uma ditadura da vitória, próprios de um ganhismo, um primeirismo, coisas completamente imbecis e contrárias à vida, porque na vida se ganha e se perde, e a sabedoria está exatamente em aceitar isso, saber lidar com isso. A imprensa mostra que não amadureceu suficientemente, ou, pior, virou descaradamente imprensa marron. Quando se difunde que uma medalha olímpica de prata não vale nada, não merece festa, cospe-se no próprio atleta e na alegria que ele mesmo poderia ter e viver. Estimula-o a rejeitar o valiosíssimo segundo lugar. Essa cultura do ganhismo é visceral e antropofágica.

Não dá para ter orgulho desses movimentos orquestrados de caos. Difunde-se que Mano Menezes está indo para o jogo com a Suécia na corda bamba, isso após ganhar uma medalha de prata olímpica. Uma pergunta primária e até falaciosa: será que algum de meus “colegas” jornalistas já foi atleta olímpico alguma vez na vida em alguma coisa que seja para exercer essa sanha de “julgar” tanto assim os outros? O jornalismo brasileiro está totalmente primário e decadente, previsível e bobo. Jean Menezes de Aguiar.

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