É incrível a chamada grande imprensa brasileira e sua orquestração
para derrubar o técnico da seleção de futebol Mano Menezes. A seleção bateu
todas as outras, ficou em segundo lugar, ganhou a medalha de prata olímpica, mas isso não
vale nada, é lixo, só a medalha de ouro é que vale. Que consumismo, que
necessidade de criar caos, escândalo e insegurança numa estrutura que deveria
receber festa e homenagens. Que falta de humildade e que arrogância ligada à
invencibilidade.
Essa crise e esse sofrer por um segundo lugar são visões mimadas
de uma ditadura da vitória, próprios de um ganhismo, um primeirismo, coisas completamente
imbecis e contrárias à vida, porque na vida se ganha e se perde, e a sabedoria
está exatamente em aceitar isso, saber lidar com isso. A imprensa mostra que
não amadureceu suficientemente, ou, pior, virou descaradamente imprensa marron.
Quando se difunde que uma medalha olímpica de prata não vale nada, não merece
festa, cospe-se no próprio atleta e na alegria que ele mesmo poderia ter e
viver. Estimula-o a rejeitar o valiosíssimo segundo lugar. Essa cultura do
ganhismo é visceral e antropofágica.
Não dá para ter orgulho desses movimentos orquestrados de
caos. Difunde-se que Mano Menezes está indo para o jogo com a Suécia na corda
bamba, isso após ganhar uma medalha de prata olímpica. Uma pergunta primária e
até falaciosa: será que algum de meus “colegas” jornalistas já foi atleta olímpico
alguma vez na vida em alguma coisa que seja para exercer essa sanha de “julgar”
tanto assim os outros? O jornalismo brasileiro está totalmente primário e
decadente, previsível e bobo. Jean Menezes de Aguiar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário