Como a Filosofia ensina que o importante não é responder, mas questionar, vamos a algumas “questões”, apenas questões:
1. O Estado justifica salários estratoféricos, por exemplo, pros meninos da Receita Federal ganhando 20 mil (isso o escrito) dizendo que se não pagar “bem”, o funcionário público “se corrompe”. Mas então o Estado admite que aprova bandidos e que eles só não praticam crimes em razão de um salário [absurdamente] alto como esse?
2. Por esta mesma lógica, o delegado de polícia civil de SP ganhando 5000 reais de salário, pode delinquir, porque neste caso o Estado aceita que ele seja corrupto, já que para este funcionário o salário é de apenas 5 e não 20? (não se venha com a balela de que um é federal e outro é estadual, essa razão cartesiana, detalhista e nazista é imprestável quando se discute princípios).
3. Por esta lógica ainda, o jovem funcionário da Receita que ganha 20 é, para o Estado, muito mais “valioso” do que, por exemplo, um médico cirurgião ou neurocirurgião que, aprovado num concurso, ganha um décimo disso, 2 mil reais? Não se precisa discutir a “diferença” abissal entre um neurocirurgião ou cirurgião cardiovascular e funcionários da Receita, ou se precisa? (não se venha com a balela 2 de que o funcionário lida com dinheiro e, de novo, pode ser corrompido – então ele é “corrompível”, dotado de corrompibilidade?, ou seja, um bandido em potencial? – e gera receita para o Estado por meio de suas “fiscalizações” e atividade, de novo esses argumentos discriminatórios e separatistas são velhacos).
4. O grande problema do país qual é, educação, certo? Porque então o funcionário da Receita (fiquemos nele, tudo bem que no Senado Federal o salário sai em escandalosos quatro contracheques, conforme confessou aquele célebre funcionário concursado à Veja – não se sabe se ele ainda vive) ganha 30 vezes o que ganha um professor de 1º grau? Será que o funcionário da Receita é 30 vezes mais importante do que um professor alfabetizador? Qualquer senadorzinho da República (esses que custam 85 mil reais por dia ao Estado) foi alfabetizado. Por que então essa discriminação odiosa para com os professores de 1º grau?
Depois vem mais.
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